Há 12 anos, em 1998, o ex-seminarista Joaquim Melo fundou o banco comunitário Palmas, cujo objetivo era de conceder microcrédito para a população local. Na ocasião, foi criada também uma moeda social, chamada de “palmas”, que só circula entre os moradores e comerciantes locais, de forma a forçá-los a consumir o que é vendido ali e fazer a economia girar. “Fui para o Palmeiras em uma missão de padres. Chegou uma hora em que eu estava tão comprometido com as lutas do bairro, que achei que eu tinha muito mais forma de contribuir se ficasse aqui do que se me tornasse padre. Não existe só uma forma de a gente servir a Deus”, afirma. Com um primeiro apoio de R$ 2 mil, de uma organização não governamental do Ceará, o Banco Palmas começou a emprestar dinheiro para os pobres, a exemplo do que fez em Bangladesh o banco Grameen, liderado por Muhammad Yunus, prêmio Nobel da Paz em 2006 por seus esforços para o desenvolvimento social e econômico por meio do microcrédito. Recentemente, o BNDES aprovou outros R$ 3 milhões ao Instituto Palmas, segundo Melo, que estima ser necessário um investimento de R$ 60 mil para a criação de um banco comunitário no País. A meta do ex-seminarista – formado em teologia - é de chegar a dois mil bancos comunitários no Brasil. Outra conquista recente é a ajuda da organização indiana Mahiti, de Bangalore, que criará para um sofware livre para o microcrédito brasileiro. Ainda aguardado pelas instituições, outro incentivo é a possibilidade de a Casa da Moeda do Brasil imprimir suas cédulas sociais, o que contribuiria para o corte dos custos.
"Bancos comunitários mostram que é possível um novo sistema financeiro baseado na cooperação e na solidariedade", diz Joaquim Melo, 48 anos, fundador do Banco Palmas
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